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Abel lida com enorme problema no Palmeiras para a temporada de 2023: “Vai perder o vestiário?”

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Foto: Alexandre Battibugli

Desde que chegou ao Palmeiras, Abel Ferreira deixou uma de suas qualidades bem clara: a capacidade de motivar e energizar seus atletas. Não por coincidência, “mentalidade” e “determinação” são dois mantras repetidos com frequência pelo treinador. Foi justamente essa capacidade que permitiu que nomes como Breno Lopes ou Deyverson, tecnicamente muito limitados, pudessem ter a frieza e compostura de brilhar. É seu preparo para motivar também que “resgatou” o futebol de Gabriel Menino, que parecia dado ao fracasso em 2022.

O jogador Deyverson, da SE Palmeiras, comemora seu gol contra a equipe do C Atlhetico Paranaense, durante partida válida pela vigésima sétima rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na Arena da Baixada.

A difícil missão de motivar um elenco vitorioso

Mas a motivação não é tarefa fácil, muito menos quando se já conquistou tudo. Os medalhões do elenco, como Dudu, Weverton, Veiga ou Goméz, já ganharam tudo que é possível sob o comando de Abel, com excessão do Mundial. Não só ganharam como foram bicampeões dos dois torneios mais relevantes do nosso futebol. E as novas caras, como Endrick, naturalmente já estão mais preocupadas com seus futuros europeus, ainda que não tenham perdido a concentração.

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Isso significa que temos uma geração vitoriosa, claro. Mas também pode se tornar um problema. É muito mais fácil motivar e pedir sacrifícios de atletas que ainda não se firmaram no futebol. É natural e lógico que um jogador ainda sem renome vá se esforçar mais para conquistar seu lugar no mundo da bola.

Abel Ferreira alinhado com Guardiola

O próprio Abel Ferreira já salientou muitas vezes que o esforço coletivo supera o talento individual. Mas e quando o time está recheado de talentos individuais que sabem que podem resolver um jogo?

Guardiola tem uma célebre entrevista que diz que, a partir da terceira temporada com o mesmo elenco vitorioso, é normal que parte do vestiário perca aquela “fome de bola”, pois se acostuma com a vitória.

Abel já vai caminhando para essa marca e com uma rotatividade de elenco bem menor que a de seu colega catalão de profissão. Nessa temporada, apenas dois reforços, sendo que apenas um (Artur) chega na condição de brigar pela titularidade direto.

Elenco do Palmeiras já é motivado por si só

Claro que Dudu ou Goméz, por exemplo, são pessoas de personalidade competitiva e nunca perderão a vontade de ganhar. Mas é inegável que, à medida que o Palmeiras vai colecionando troféus e não renovando seu elenco, fica muito mais difícil exigir de um jogador que ele vá além do seu limite.

Danilo e Gabriel Menino comemorar título da Série A na arena Allianz Parque. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

Nesse momento, além da interferência do próprio português, é vital que os líderes do plantel tomem a frente e exijam comprometimento e atenção do resto do elenco, principalmente os mais jovens e recém-chegados. Querendo ou não, por um lado existe a pressão de manter a sequência positiva de títulos. Por outro lado, uma sensação de que “fazer o mediano está bom, porque já somos os melhores do país”. Para nossa sorte, a ‘panela’ de líderes do Palmeiras é extremamente profissional.

Mas o elenco do Palmeiras, para alívio da torcida, tem a determinação e gana como pontos fortes. A própria recuperação da boa fase de nomes como Gabriel Menino e Zé Rafael comprovam a força mental do elenco. Nomes como Luan, Weverton, Veiga e Piquerez também são muito elogiados internamente pelo compromisso com o clube, além do jovem Endrick que impressiona pela maturidade.

Palmeiras Abel Ferreira
Mesmo multicampeão, o Paraguaio não perde sua vontade de vencer (Photo by Juan Mabromata / AFP) (Photo by JUAN MABROMATA/AFP via Getty Images)

Com toda a inteligência de Abel, esperamos que esse “desânimo pós sequência vitoriosa” não ocorra no Palmeiras. O elenco já mostrou que não tem o perfil de deixar isso acontecer, mas é importante que a chegada de novos jogadores dê um frescor a mais e aumente a competitividade interna saudável por posições. Ainda sim, é um motivo para ficar atento e um argumento a mais para trazer caras novas para o elenco.

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