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Opinião: Abel e Muricy agem da mesma forma e só um é criticado. Hipocrisia?

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Abel Ferreira é o técnico mais vencedor dos últimos 3 anos em solo brasileiro e, pelo jeito, isso incomoda muito. Imagine você, vindo sem qualquer grife, chegar em um país distante e vencer tudo que entrar para competir. São tantos êxitos, dentro e fora de campo, que os adversários e a mídia só podem tentar te diminuir e te atacar no âmbito pessoal. E pior: vendo que nem isso funciona, a própria instituição que rege o futebol no país, que devia tomar atitudes de forma isenta, muda o estatuto do esporte para te frear.

Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Fase de Abel é “um elefante que incomoda muita gente”

O português chegou ao Brasil em 2020 com a missão de conquistar títulos, sob a sombra de Jorge Jesus. Mas, ele não sentiu o peso e, com a mentalidade de “cabeça fria, coração quente“, mudou a gestão do Palmeiras. Em três anos ele chegou em 11 finais e venceu 8. Na sua quarta temporada, já e o segundo treinador com mais títulos na história do clube, ao lado de Vanderlei Luxemburgo. Inclusive, venceu pelo segundo ano CONSECUTIVO o prêmio de melhor técnico fora do país, pela Associação de Jornalistas Esportivos de Portugal.

Vanderlei Luxemburgo comandando o Corinthians (Reprodução: Internet)

Com esse “pequeno” resumo do currículo, é comum que muitos invejem seu momento. Assim, tanto os adversários como a mídia passaram a explorar o comportamento de Abel. O técnico é explosivo? Sim. Mas a forma como o abordam e veiculam ele na imprensa é desproporcional. Inclusive, Tiago Leifert e André Hernan, no canal 3 na Área, soltaram uma informação que, dentro da arbitragem, há um complô para que ele receba amarelo no início do jogo, quando começar a reclamar, a fim de não “deixá-lo crescer“.

"Abel é perseguido": Tiago Leifert e jornalistas do 3 na Área revelam união dos árbitros contra o técnico do Palmeiras
Tiago Leifert critica postura da arbitragem contra o treinador

Após a derrota para o Fortaleza, as manchetes de todos os jornais estamparam “Abel já recebeu 50 cartões desde que chegou ao Palmeiras“. Porém, o título em si é muito tendencioso. Principalmente se pensarmos que ele tem menos derrotas do que cartões em quatro temporadas. Ao todo, são 37. Se compararmos, só em 2023, Flamengo e Corinthians têm quase 1/3 desse numero (11).

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Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Mídia brasileira não tem mesmo peso nas críticas

Agora, uma dúvida paira: por que quando Muricy Ramalho era grosseiro, ele era endeusado? O fato dele vencer títulos atrás de títulos, assim como Abel, servia como escudo de críticas e para o português não? O comportamento do técnico ex-São Paulo sempre foi elogiado. Principalmente por ele ser bastante incisivo e cobrar bastante, além de se manifestar contra a arbitragem quando achasse que algo estava errado. Ele é discípulo direto de Telê Santana. Outro fato que o une ao treinador do Palmeiras, que é declarado do ídolo tricolor.

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Muricy Ramalho enquanto treinador do São Paulo (Reprodução: Internet)

Agora imagine se ele fosse técnico do Flamengo. Por lá, o comportamento boêmio de Renato Gaúcho foi aplaudido até perder a Libertadores. Com Sampaoli, que é ainda mais explosivo que o português, é ainda pior. Se ele apanha da imprensa, é com travesseiro de plumas albinas do alto do Himalaia. Se ele pedir 32 reforços, pensa no bem do clube. Se Abel o faz, não reconhece o potencial da base. O próprio Alexandre Mattos, que trabalhou com o ele, disse que o aconselhou a não levar seu estresse para o extracampo.

Divulgação/Leo José

Em suma, o palmeirense acaba sendo o único no Brasil a entender o comportamento dele é extrapolado, mas todas as críticas têm um limite. Fica claro que a mídia e a CBF usam uma faca de um gume só, que sempre corta para o lado do português. Como disse o saudoso Joelmir Beting: “Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense… É simplesmente impossível!“. Nosso treinador já se assumiu torcedor do clube então, sabe que o entendemos, assim como ele nos entende.

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