Técnico admite que ainda sente os protestos da torcida, mas indica desejo de seguir no Palmeiras por mais duas temporadas
O técnico Abel Ferreira abriu o coração após a classificação histórica do Palmeiras para a final da Conmebol Libertadores, na última quinta-feira (30), ao golear a LDU por 4 a 0, no Allianz Parque. Em meio à euforia da vitória, o português revelou que ainda carrega mágoa por conta das ofensas recebidas de parte da torcida durante a eliminação para o Corinthians, na Copa do Brasil, e falou abertamente sobre o seu futuro no clube.
“Não preciso assinar contrato, a Leila sabe o que eu quero. Eu fiquei muito magoado com aquilo que ouvi de uma parte da torcida, não estava à espera. Por isso, digo à Leila: não vale assinar, porque não vou continuar se não houver condições de continuar”, declarou o treinador, que tem vínculo com o Verdão até dezembro de 2025.
O episódio citado por Abel aconteceu durante o Dérbi contra o Corinthians, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Na ocasião, parte da torcida organizada protestou contra o técnico, que respondeu com aplausos irônicos ainda durante a partida — gesto que marcou o início de um período de tensão entre o comandante e parte da arquibancada.

“É duro estar no Brasil”
Mais calmo após a classificação, Abel reconheceu que a pressão no futebol brasileiro é intensa, mas reforçou o carinho que sente pelo clube e pela estrutura que o Palmeiras oferece.
“É duro estar no Brasil. Não pelo clube. Mas porque vocês, jornalistas, são duros, alguns passam do ponto, e às vezes eu questiono para mim mesmo se é isso que quero. Olhando para o clube, estrutura, o Palmeiras para mim é um oásis”, afirmou o técnico.
“Não sei se vamos ganhar títulos ou não, mas a Leila sabe o que quero, os jogadores sabem que gosto de os treinar. Temos cinco anos, pensei que seriam cinco meses. Eu gosto de estar aqui”, completou.
Mercado europeu e renovação
Abel voltou a receber sondagens do futebol europeu, incluindo uma proposta do Nottingham Forest, da Inglaterra. O treinador, porém, não se mostrou empolgado com a ideia de trocar um time que disputa títulos no Brasil por outro que luta contra o rebaixamento na Premier League.
“Tem clubes que já me ligaram de todos os lados. Vocês veem a Inglaterra, a gente vai para o meio da tabela. Postecoglou fez nove jogos e foi demitido”, lembrou, citando a recente troca de comando no Forest.
Em setembro, a presidente Leila Pereira revelou ter feito uma proposta de renovação até o fim de 2027, com contrato sem multa rescisória para nenhum dos lados. Segundo Abel, as conversas caminham bem e nem precisaram da presença de seu empresário, Hugo Cajuda.
“Não preciso ter nada assinado, para mim basta de boca”, disse o técnico, reforçando o clima de confiança com a diretoria.
Rumo à terceira final de Libertadores
Abel Ferreira vai disputar sua terceira final de Libertadores em seis edições no comando do Palmeiras. Campeão em 2020 e 2021, o português busca o tricampeonato continental e pode consolidar ainda mais seu nome na história do clube.
Com o futuro ainda em pauta e o coração dividido entre a mágoa e a paixão, Abel segue focado na decisão que pode coroar mais uma temporada inesquecível no comando do Verdão.
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