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Coluna do Verdão – STJD: A falência da justiça desportiva no Brasil

Julgamentos relâmpago para uns e impunidade para outros escancaram o desequilíbrio do STJD

Como pode o Allan, do Palmeiras, ser julgado e punido com uma velocidade impressionante, enquanto outros casos — muito mais graves — seguem se arrastando sem qualquer desfecho? Essa é a pergunta que escancara o colapso da justiça desportiva brasileira.

O caso recente do meio-campista é simbólico. Em questão de dias, o STJD analisou, julgou e confirmou uma suspensão de dois jogos. Uma agilidade que, convenhamos, raramente se vê em processos esportivos. Já o atacante Bruno Henrique, “supostamente” envolvido em um esquema de apostas, segue atuando normalmente, como se nada tivesse acontecido — e com risco de punição limitada a uma multa de R$ 100 mil.

Foto: Flickr/Flamengo - STJD
Foto: Flickr/Flamengo

Essa disparidade é revoltante. Quando o tribunal é rápido demais em uns casos e complacente em outros, a credibilidade desaba. O torcedor perde a confiança. O jogador perde o respeito. E o futebol perde o senso de justiça.

Não se trata de defender Allan ou condenar Bruno Henrique. Trata-se de cobrar coerência. Ou a justiça é igual para todos, ou não é justiça. O que vemos hoje é uma falência moral e institucional da esfera esportiva, onde o rigor depende do escudo, da cor da camisa e do tamanho da repercussão.

O STJD precisa se olhar no espelho e entender o tamanho do estrago que causa quando age de forma seletiva. Enquanto uns são julgados em dias, outros seguem impunes por meses.
E o futebol brasileiro, mais uma vez, paga a conta da desigualdade — não apenas dentro de campo, mas também nos tribunais.

Foto: César Greco / Palmeiras
Foto: César Greco / Palmeiras

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