A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) irá realizar nos próximo dias uma assembleia para propor a paralisação do Campeonato Brasileiro. A possível greve dos juízes de futebol no país seria motivada pela falta do repasse de verbas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) à Anaf, conforme comunicou pelas redes sociais o presidente da associação, Salmo Valentim, nesta segunda-feira (19).
Conforme Valentim, desde março de 2022, a CBF parou de pagar à Anaf a cota do dinheiro recebido pela confederação com os patrocínios que estampam os uniformes dos árbitros nas partidas do Brasileirão. Conforme o presidente da associação, mensalmente, a Anaf vinha recebendo R$ 30 mil dos 10 milhões arrecadados pela CBF com os patrocínios nas camisas dos juízes das partidas. O recurso, segundo a Anaf, é utilizado para seguro lesão, além de transporte terrestre e auxílio médico e jurídico dos árbitros durante os jogos.
A data da assembleia dos árbitros ainda não foi definida, mas deve acontecer em breve já que todas associações estaduais já foram comunicadas da reunião para discutir a paralisação dos juízes no Brasileiro. Até a publicação desta matéria, a CBF não havia se manifestado sobre a denúncia feita pela Anaf e a ameaça de greve dos árbitros do Campeonato Brasileiro. Caso a paralisação se confirme, ela pode atingir outras divisões além da Série A.
Veja o comunicado emitido pela Anaf e assinado pelo presidente Salmo Valentim:
“ANAF vai propor aos árbitros a PARALISAÇÃO DO CAMPEONATO BRASILEIRO!
Desde que tomou posse como presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues tem prestado um desserviço à categoria. Cortou o patrocínio que os árbitros recebiam oriundo da exposição de marcas em seus uniformes e busca a todo momento enfraquecer sua entidade classe, assim como fez quando era presidente da Federação Baiana de Futebol, com o sindicato local.
Diante desse panorama não resta outra alternativa: como representante eleito da categoria, irei me reunir com alguns árbitros da FIFA, e também da CBF, além de estar com presidentes de sindicatos em todo país que atuam em nosso segmento e nós iremos propor uma GREVE GERAL para que o presidente da CBF passe a entender que o respeito é uma condição essencial para que o árbitro possa realizar o seu trabalho com fidalguia no campo de jogo!
Estamos há seis meses tentando um contato, mas ele foge! Trata as pessoas com descaso e indiferença. Não tem postura para estar no cargo que exerce. E agora verá a força que a arbitragem brasileira possui. Se tornou presidente da CBF entrando pela porta dos fundos, criando desafetos políticos e prometendo coisas que deixou de cumprir. Por isso, até seguranças particulares teve que contratar, algo que ao longo da história não me recordo de ter ocorrido com um presidente da CBF.
Enquanto isso a arbitragem brasileira segue sucateada, sem investimentos eficazes que a possam colocar no patamar que ela merece. Por isso, vou me empenhar para que possamos, juntos, PARALISAR O CAMPEONATO BRASILEIRO em protesto ao presidente que quer acabar com a categoria no Brasil”
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