Nosso Palmeiras

Opinião: Mais vale um elenco na mão que um time voando

Palmeiras
Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Como diria Chico Buarque, “ando com minha cabeça já pelas tabelas, mas claro que ninguém se importa com minha aflição”: o Palmeiras até agora teve a mesma movimentação de mercado de uma rocha, mas parece que pra torcedor nenhum isso é um problema grave. Aliás, rochas ficam ao menos totalmente paradas, já o Palmeiras está vendo mais e mais gente (tudo bem que nenhum titular e alguns bagres mesmo) saindo. Já não temos Scarpa, sem opções de reserva para as laterais e para o meio e aos poucos vejo o Abel apenas com um 11 inicial e mais um amontoado de moleques recém-promovidos como variação.

E dito tudo isso, dito o quanto eu acho que o Palmeiras precisa com urgência se movimentar no mercado, também acho que é caso de desistir oficialmente das novelas até aqui: seja Talisca, Quintero, Matheus Pereira… Cada vez mais penso a mesma coisa: se não for pra termos um negócio fechado, então nem vale abrir negócio. E eu entendo que uma negociação no futebol não é miojo, não fica pronta em 3 minutos. Mas a impressão que dá é essa: estamos entrando em leilões malucos por jogadores bons (mas que não são melhores que o Scarpa, por exemplo) que, no fim, vão dar prioridade pra Europa ou, como fez Oscar, para o caminhão de dinheiro de uma China da vida.

Até o dia 31 desse mês a janela européia está aberta, então qualquer craque, ao receber a proposta do Palmeiras, vai pensar o mesmo: “vou enrolar 20 dias pra ver se surge algo de uma liga grande da Europa, depois vemos isso”. Sobra ao Palmeiras entrar nessas novelas intermináveis.

A atenção agora, talvez, tenha que ser outra. Esse “grande craque pra substituir Scarpa” pode ser que nunca venha. Se vier, pode custar os olhos da cara. Enquanto isso tem 7 ou 8 posições, literalmente, carentes de bons reservas. Já começo a me perguntar se não é o caso de mudar a postura no mercado de transferências. O tal “pacotão de reforços”, aquele famoso grupo de contratações medianas todos de uma vez, já não me parece má ideia.

Um onze inicial ótimo a gente tem. Melhor goleiro do país, melhor zagueiro, melhor volante, melhor ponta, maior promessa. Mas onze inicial ganha jogo, elenco ganha campeonato. Pode ser que o Abel tenha me acostumado mal, mas eu estou mirando na segunda opção.

A opinião de um artigo assinado não reflete necessariamente a opinião do site, é o ponto de vista exclusivo do autor que elaborou o artigo.

Veja também