Endrick foi uma venda recorde: nunca antes se pagou 60 milhões de Euros num jovem de 16 anos. Nunca se pagou isso em um jogador de time brasileiro até, se corrigirmos as inflações e variações de câmbio, mesmo com Neymar. Ainda por cima a negociação com o Santista foi nebulosa e cheia de asteriscos, enquanto o Palmeiras parece vender Endrick de forma transparente, como deve ser. E para qualquer empreendedor, a mensagem é clara: a venda vale muito mais que 60 milhões de Euros e oferece coisas que dinheiro nenhum pode comprar.
A base do Palmeiras vem sendo prolífera. Nos últimos anos subiram Gabriel Verón e Patrick de Paula, que tiverem seus momentos e já somaram 17 milhões de Euros ao clube, Gabriel Menino, que já foi importante e, claro, Danilo, o volante cobiçado por meio mundo do futebol. Uma geração no mínimo boa, beneficiando oa cofres e o elenco do Palmeiras. A próxima, que vem recheada de nomes como Estêvão e Luís Guilherme no setor ofensivo e Kaíque no gol, já empolga o torcedor que vislumbra substitutos à altura de ídolos atuais como Veiga, Dudu ou Weverton. É muita expectativa, mas justificada pelo talento da molecada.
E quando o Palmeiras vende Endrick tão bem (alto preço, já aos 16 anos e direto para o Real), a diretoria passa uma mensagem poderosa: “estamos aqui para negócios sérios”. E quando isso vem acompanhado de duas gerações seguidas com fornadas de bons jogadores, além do caso recente de Gabriel Jesus, o Palmeiras cria confiança e credibilidade para sua base e seus métodos de negociação.
Qualquer europeu agora sabe que no Palmeiras que se formam craques como Endrick, Danilo, Jesus e bons jogadores como Verón, PK e Menino. Existe um selo de qualidade, uma garantia que se trata de uma categoria de base sólida.
E o europeu que vier garimpar aqui vai pesar na balança: “Um time que vende menino de 16 anos pro Real e forma tanto craque vai aceitar uma mixaria de proposta? Não. Então melhor apresentar um valor à altura do Palmeiras”.
Endrick saiu por até 72 milhões de Euros, mas provavelmente por 60. Mas não se espante se as próximas vendas do Palmeiras venham com uma justa inflação: time vitorioso e bom formador vende mais caro.
Texto por Antônio Ferdinski
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