Continuísmo não deu certo em lugar nenhum, inclusive no Palmeiras
O Palmeiras vive um momento que exige atenção, responsabilidade e, acima de tudo, respeito à sua própria história. A articulação para que a presidente Leila Pereira avance rumo a um terceiro mandato, ainda que isso signifique contornar ou reinterpretar o estatuto do clube, acende um sinal de alerta que não pode ser ignorado por quem realmente se preocupa com o futuro alviverde.
A perpetuação no poder nunca foi um caminho saudável no futebol brasileiro. Pelo contrário: quase sempre resulta em ambientes fechados, pouca fiscalização interna, personalismo excessivo e decisões tomadas sem o devido contraditório. O exemplo está logo ali, no Morumbi. O São Paulo pagou caro quando Juvenal Juvêncio promoveu manobras estatutárias para se manter no comando do clube. O resultado foi um processo de desgaste institucional, perda de protagonismo esportivo e uma crise que levou anos para ser minimamente controlada.
No Palmeiras, os sinais de desgaste já começam a aparecer. Nesta semana, o brilhante jornalista Fredy Junior revelou um áudios e conversar que caiu como uma bomba nos bastidores do clube. O material expõe uma reunião do Conselho Deliberativo realizada na última terça-feira (16), na sede social, em que o conselheiro José Corona Netto faz duras críticas à gestão atual. Mais grave do que o conteúdo das críticas foi a reação da presidente Leila Pereira, que perde completamente a linha, eleva o tom e transforma um espaço institucional de debate em um embate pessoal.

O episódio não é isolado nem irrelevante. Ele revela um ambiente interno cada vez mais tensionado, onde questionamentos são tratados como ataques e divergências viram afrontas pessoais. Quando o contraditório deixa de ser aceito, o clube deixa de ser democrático. E quando a presidência se confunde com o próprio Palmeiras, o risco institucional cresce exponencialmente.
Não se trata de negar conquistas ou resultados financeiros positivos. O Palmeiras evoluiu muito nos últimos anos, é verdade. Mas nenhum projeto, por mais vencedor que seja, pode se sobrepor às regras do clube. Estatuto não é detalhe burocrático: é o que garante alternância de poder, fiscalização e proteção contra decisões personalistas.
O Palmeiras é maior do que qualquer dirigente, patrocinador ou gestão. A força do clube sempre esteve na sua capacidade de se reinventar sem rasgar sua identidade e suas normas. Forçar um terceiro mandato, ainda mais em meio a um cenário de desgaste político interno, seria um erro estratégico e institucional grave.
Para o bem do Palmeiras, para a saúde democrática do clube e para evitar que o futuro repita erros já conhecidos no futebol brasileiro, é fundamental dizer não à perpetuação no poder. O Palmeiras precisa de continuidade de ideias, não de donos do comando.

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