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Mais um! Jogador do Palmeiras denuncia golpe de R$ 18 milhões

Elenco do Palmeiras
Elenco do Palmeiras. Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O 15º Distrito Policial de São Paulo investiga o prejuízo de cerca de 18 milhões de reais da conta de Dudu no Palmeiras. A acusação aponta o possível envolvimento de funcionários de um banco, de um cartório de São Paulo e de Thiago Donda, ex-assessor do jogador e padrinho de casamento.

Dudu e Thiago Donda após a renovação do atacante com o Palmeiras, em 2022 — Foto: Arquivo Pessoal
Dudu e Thiago Donda após a renovação do atacante com o Palmeiras, em 2022 — Foto: Arquivo Pessoal

O advogado de Dudu denunciou o caso à polícia e solicitou investigação dos fatos que podem envolver Thiago Tonda, ex-braço direito do Time 7.

Segundo a denúncia, o dinheiro foi transferido nos últimos anos sem o consentimento do jogador com base em transações com assinaturas falsas em contas das quais obteve os direitos de imagem de Vidor. O valor equivale a 40% dos salários dos atletas brasileiros.

Thiago era conselheiro de Dudu e com o tempo passou a acessar as finanças do agressor e movimentar contas sem o seu consentimento, mas com autorização dos funcionários do banco.

Os advogados de Dudu entendem que houve uma série de fraudes:

  1. Transferências e pagamentos de valores para conta de terceiros utilizando fichas internas com assinatura falsas;
  2. Compensações de cheques com assinaturas falsas;
  3. Débitos nas contas bancárias de produtos ofertados pela entidade bancária sem contratação e conhecimento das vítima;
  4. Operações de empréstimos mediante oferta de produtos;
  5. Venda de Títulos de Capitalização sem autorização da vítima;
  6. Transferências de valores para conta de terceiros com autorizações preenchidas pelo gerente sem anuência do correntista e transferências de veículos sem anuência;
  7. Falsificações de assinatura;
  8. Baixas de aplicações financeiras e resgates de ativos financeiros sem conhecimento da vítima;
  9. Utilização de PIX e TED não autorizadas.

Embora Thiago Tonda tenha sido considerado potencialmente responsável, os promotores souberam que o ex-consultor não agiu sozinho, mas com o consentimento do Bradesco e de funcionários do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo. Também foram identificadas assinaturas falsas locais.

A polícia aguarda documentos do banco para aprofundar a investigação e pede esclarecimentos sobre quem pode estar envolvido.

Estão sendo avaliados crimes de corrupção, falsificação de documentos públicos, falsidades ideológicas e quadrilhas criminosas.

Como o caso começou?

Em agosto de 2023, Dudu descobriu após reunião com seu contador que a empresa da qual obteve os direitos de imagem, “Dudu Sete Agenciamento de Imagens Esportivas”, não pagava impostos desde 2018.

Além das execuções apresentadas desde 2022, houve até acordo com o governo para quitação de dívidas, tudo sem o conhecimento do Camisa 7.

Os advogados do atacante do Palmeiras apuraram que Thiago Donda poderá usar o valor que deveria ter sido usado para pagar os impostos da empresa listada do jogador.

O contador disse que até então não havia comunicado nada a Dudu por ordem de Thiago Tonda e ainda sugeriu que o então braço direito do jogador procurasse um escritório de advocacia de sua confiança para regular a situação.

Dudu contestou essa informação porque na conta onde obteve os direitos de imagem do Palmeiras foi reservado um valor para impostos, e só então o valor líquido iria para a conta pessoal do atacante.

O contrato com o contador foi rescindido porque Dudu ficou anos sem ser informado do problema. O jogador encontra um advo

Dudu recebeu a confirmação do imposto não recolhido e, ainda, transferiu posteriormente as fichas que deveriam ter sido autorizadas pelo jogador para Thiago Donda. Ele alegou que não conhecia nenhum deles.

Após consulta profissional, descobriu-se que as assinaturas que Dudu utilizou em cheques e formulários internos do banco eram falsas.

Cálculos preliminares fornecidos pelos advogados dos atletas indicam que mais de 14 milhões de reais foram repassados ​​dessa forma para Thiago e sua empresa, a Badminton World Federation Consulting and Agency.

O Relatório Técnico Gráfico avaliou os seguintes documentos e encontrou assinaturas falsas:

  • Uma procuração que a empresa de Dudu deu a um escritório de advocacia para tratar da dívida de impostos na conta de pessoa jurídica do atleta;
  • Transferências de dois veículos;
  • Nove cheques usados em 2023, com valores entre R$ 27 mil e R$ 1 milhão;
  • Documentos internos de movimentação de conta no Bradesco, incluindo Cédula de Crédito Bancário.

Os especialistas afirmaram que todas as assinaturas “foram escritas pela mesma mão”. O agressor disse desconhecer a existência da procuração, da transferência do veículo, dos documentos bancários e não solicitou cheque.

Enquanto estavam em andamento transações que Dudu não reconheceu, o banco debitou valores relativos a títulos de capitalização, sindicatos e outros produtos não contratados pelos jogadores.

O resgate antecipado foi autorizado e entende-se que a acusação favoreceu, portanto, Thiago, a Federação Mundial de Badminton, o então gerente de conta e o banco.

Dudu conheceu Thiago Donda ainda no Cruzeiro, em 2010, quando era membro de uma agência de atletas, mas em 2015 chegou ao Palme Depois de Lars, a relação entre os dois ficou mais próxima.

Durante seu primeiro ano no Verdão, prestou atendimento no dia a dia do camisa 7 e, com o passar do tempo, os contatos foram crescendo.

Ficaram amigos e Thiago virou conselheiro e pessoa de confiança do Palmeiras, a ponto de conviver com a família do atleta todos os dias e em viagens. Ele foi o padrinho do casamento do jogador.

Na última renovação de Dudu no Verdão, o ex-assessor esteve na academia de futebol com o atleta para assinar novo contrato.

Em pedido de abertura de investigação, o Ministério Público afirma ter provas de que Donda abriu o Nido Clínica de Estética Avançada e Medicina Esportiva em 2021 com valores sacados das contas do jogador do Palmeiras sem seu consentimento.

Dudu e sua equipe contrataram uma empresa de auditoria para apurar o valor total do desvio. O cálculo não está completo, mas já soma um valor parcial de R$ 18 milhões:

  • Transferências para Thiago e a BWF com assinaturas falsas: R$ 14 milhões;
  • Juros, encargos e multas por impostos atrasados: R$ 2,1 milhões;
  • Cédulas de crédito bancário com assinatura falsa: R$ 1,45 milhão;
  • Transferências de veículos com assinatura falsa: R$ 562 mil;
  • Prejuízo parcial: R$ 18 milhões.

Thiago Donda foi contatado pelo ge e afirmou que não se manifestará neste momento porque está coletando informações para prestar os devidos esclarecimentos às autoridades competentes.

O Bradesco anunciou que está “atendendo a todas as solicitações policiais e tratando do assunto diretamente com o cliente e seu representante”.

Matrika respondeu: “de acordo com nossas diretrizes legais, não podemos comentar quaisquer processos em andamento. Reiteramos nosso compromisso e cooperação com as autoridades públicas na investigação de quaisquer casos que envolvam atendimento extrajudicial”.

E ao ser procurada, a assessoria de imprensa de Dudu informou que “o caso está sendo conduzido pela equipe jurídica do atleta liderada por Adriana Cury e Cid Vieira. Os advogados já tomaram as providências cabíveis junto às autoridades e confiam no trabalho do Judiciário”.

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