Início perfeito no clássico
Os primeiros dez minutos do Palmeiras foram tudo que espera Abel e o torcedor: muita intensidade física e tática além de uma troca de passe muito organizada. Não demorou até que Gabriel Menino e Zé Rafael tomassem conta completamente do meio-campo do Corinthians, anulando Roger Guedes que começou como meia.
A facilidade em dominar o meio de campo e anular as tramas corintianas deram recompensas para Abel: dois bons lançamentos para Dudu, um possível (e que deveria ter sido marcado) pênalti e muita troca de passe na zona defensiva adversária. Desde cedo, o Palmeiras não teve medo de mostrar estar buscando jogo e atuar de forma mais direta e menos burocrática, com destaque para Zé Rafael e Artur.
Começo do Palmeiras é “premiado” com gol
Aos 15 minutos, toda a pressão foi premiada com um belo gol de cabeça de Murilo. O zagueiro subiu mais alto que toda defesa corintiana e escorou com categoria para o gol de Cássio.
“Cabeça fria” após bom início; mas só para os jogadores
O gol não esfriou o time palmeirense, que seguiu superior tática e tecnicamente no jogo, mas obrigou o Corinthians a prestar mais atenção na partida. Incapazes de responder na criação de tramas, os corintianos fizeram esforço para “travar” o jogo, criando um pouco mais de tumulto e causando até o amarelo para Abel Ferreira e um auxiliar.
A comissão técnica palmeirense, aliás, foi um “show a parte”, com uma forte e dura sequência de críticas às decisões de Wilton Sampaio Pereira. Até protestos por não poder reclamar foram feitos por um auxiliar.
Corinthians tentou esfriar a partida, mas faltou organização
Até os 30, o jogo seguia o mesmo roteiro: o Palmeiras continuava muito superior, conseguindo boas tramas e infiltrações na área adversária, mas viu um jogo mais truncado, sentiu um pouco mais de dificuldade na hora do último passe e viu o “domínio absoluto” passar para um “muito superior”. Aos poucos o Corinthians ensaiou alguns ataques na bola longa, mas levou pouco perigo para Weverton, que contou com dia inspirado de seu quarteto defensivo.
E justamente quando o Alvinegro começou a “gostar” do jogo, brilhou a estrela do meia mais decisivo do Brasil: Veiga aproveitou aos 33 minutos um contra-ataque excelente entre Dudu e Artur para colocar a bola no fundo das redes.
Nesse momento o Corinthians já se mostrava um time desorganizado demais para reagir taticamente e começou a “apelar” por jogadas individuais, tão ineficazes quanto. Um exemplo foi, ainda faltando 20 minutos para o intervalo, a troca de Fausto Vera (volante) por Maycon (meia-central)
Veiga brilhante como sempre
Até os 40, chamava atenção a atuação genial de Veiga, com um gol e uma assistência, mas também o rápido entrosamento entre Dudu e Artur. Enfrentando um time sem boas estratégias defensivas, a dupla fez a festa no primeiro tempo, ora com Dudu totalmente aberto pela esquerda e ora com Artur centralizado depois de um “facão” vindo da direita. A dificuldade em segurar a dupla deu ainda mais espaço e liberdade para Zé Rafael e Gabriel Menino avançarem quando preciso.
A impressão do primeiro tempo é de que o Palmeiras foi espetacular ofensivamente, atuando de forma objetiva e dinâmica, e muito seguro defensivamente, sem tomar sustos reais e ainda permitindo avanços.
Segunda etapa começa mais equilibrada
Mesmo sem perder o ímpeto, o Verdão veio um pouco mais cadenciado para a segunda etapa. Não abriu mão de atacar, mas com um pouco mais de paciência e velocidade apenas no terço final.
Os primeiros 10 minutos mostravam uma partida que prometia ser um pouco mais equilibrada, onde o Corinthians conseguia segurar mais a bola e arriscar algumas jogadas. Ainda assim, a organização e posicionamento do time de Abel se sobressaíram.
Os 15 minutos seguintes foram de pressão corinthiana, mas muito pouco efetiva. Bolas longas e quase sempre interceptadas. A reação veio em ótima jogada onde Navarro escorou um cabeceio em cheio no travessão. Minutos depois Dudu fez excelente passe após drible e a sequência de boas jogadas reacendeu o Palmeiras.
Verdão recupera o controle total
Com uma troca de passes mais cautelosa, o time palmeirense segurou bem o ímpeto do Corinthians em tentar um gol e soube tomar conta do ritmo da partida. Em muitos momentos soube descansar a equipe com passes fáceis e em muitos momentos soube ser mais agressivo. A partida chegou a esquentar quando Navarro provocou um zagueiro adversário, mas nem isso fez a equipe corintiana se impor.
Gol do Corinthians esquentou a partida
Justamente no momento que o jogo seguia mais “morno”, com os dois times se estudando na troca de jogadas, o Corinthians achou um gol em uma estranha falha defensiva de bola parada. Roger Guedes bateu mal um escanteio fechado, mas o desvio de Piquerez matou o goleiro Weverton.
Mas se a tendência era o Alvinegro crescer na partida, o que aconteceu foi justamente o inverso. O Palmeiras voltou ao ritmo elétrico dos primeiros minutos de jogo e pressionou com muita imposição nos minutos seguintes. Navarro, Dudu e Jhon Jhon alternam-se em jogadas que quase levaram ao terceiro gol.
Os minutos finais foram de maior pressão e velocidade, mas de poucos acertos técnicos dos dois lados. O Palmeiras não estava satisfeito com o 2×1 e, embalado por sua torcida de mais de 40 mil presentes, seguiu atacando.
Por outro lado o Corinthians aproveitou os espaços para arriscar contra-ataques. Em um deles, o Alvinegro perde a bola, Giovani dispara com perigo e sofre carrinho de Roger Guedes dentro da área, levando a torcida a loucura cobrando um pênalti.
Após esse lance, o jogo tomou a média de um fim de clássico: chutões, cansaço e discussão. Mas o mais importante foi a mensagem clara em campo: 2×1 foi pouco e o Palmeiras foi amplamente superior tática, técnica, física e mentalmente em todos os momentos do Derby.
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