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Seneme, da CBF, não poupa Abel Ferreira e solta o verbo: “Essa é a realidade dos fatos”

Wilson Seneme
Wilson Seneme vira tema no Palmeiras. Foto: Reprodução/SporTV

No último domingo (11), São Paulo e Palmeiras se enfrentaram pela décima rodada do Campeonato Brasileiro e com a equipe do técnico Abel Ferreira levando a melhor fora de casa, no Estádio do Morumbi. O volante Gabriel Menino e o atacante Endrick, foram os autores dos dois tentos do confronto.

Durante os 90 minutos, chamou a atenção uma discussão acalorada entre Abel Ferreira, técnico alviverde, e Jonathan Calleri, artilheiro rival. O árbitro do confronto, Raphael Claus, acabou dando amarelo para ambos.

Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luis Seneme, frisou que a decisão de Claus não foi a correta e que Abel Ferreira merecia o cartão vermelho. A entrevista foi divulgada nesta terça-feira (13), durante a edição do “Papo de Arbitragem”, no Youtube.

“O árbitro que analisa isso tem que identificar quando uma ação de uma membro da comissão técnica é muito séria e passa a ser um maior grau de rigor possível, que é o cartão vermelho. Então, existem alguns casos que chamam muito a nossa atenção. Como esse, por exemplo, no clássico paulista de domingo. Não é normal, aos 14 minutos, o jogo ficar interrompido por quase três minutos em função de uma discussão entre um jogador e um treinador. Não é normal. Não podemos considerar isso normal. O normal é uma coisinha pequena, o perder determinado controle por uma situação, por um motivo claro”, iniciou Seneme.

“É uma situação inusitada (um técnico brigar com um jogador). O Claus tentou… ele tem muita experiência. É um árbitro com nome. Então ele tentou administrar uma situação que, para a regra do jogo, não seria administrável com cartão amarelo. A verdade é que a maneira como foi a ação entre Abel e o Calleri foi uma ação muito forte. Ação de indisciplina muito forte. E isso é uma ação de cartão vermelho. Isso por si só é uma ação de cartão vermelho”, seguiu.

Elenco do Palmeiras
Elenco do Palmeiras. Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Em outro ponto, o presidente da Comissão de Arbitragem frisou que por sorte, o atacante do São Paulo não foi para cima do comandante do Palmeiras.

“O cuidado que a gente tem que ter… por sorte, o jogador do São Paulo, o Calleri, não foi para o confronto. Imagina o que poderia ter acontecido se um empurra o outro. No final das contas, se eventualmente se expulsa os dois do campo, quem seria o maior prejudicado? Quem tem o jogador expulso ou o quem tem o técnico expulso? No final das contas, um time ia ficar com um jogador a menos, e o outro não. Por isso que a regra também é mais rigorosa, nesse aspecto disciplinar, com os técnicos. E por isso que essa ação, que muitas vezes é uma ação de jogador se encarar, é uma ação de amarelo ao jogador e para o técnico não. Para o técnico, é uma ação de vermelho. Por isso que, na nossa visão, o cartão correto aqui seria o vermelho para o técnico Abel Ferreira”.

“Se a gente olhar no minuto 25 do segundo tempo, ele (Abel Ferreira) também seguiu protestando, o que poderia ser uma reincidência. Eu volto a repetir: essa mensagem não foi positiva para o mundo do futebol. Essa é a realidade dos fatos. Essa é a realidade dos fatos. Ninguém está querendo falar de um, de outro… foram sete cartões nessa rodada. E olha lá: tem outro cartão para um membro de comissão técnica. Se a gente avançar, vamos ver um cartão amarelo também para o banco do São Paulo, para o auxiliar. Essa indisciplina vai virar uma bola de neve. Os árbitros não vão negociar disciplina. Não existe negociação”, finalizou Wilson Luis Seneme.

Abel Ferreira discutiu com Calleri no clássico deste domingo (Foto: Reprodução/Premiere)
Abel Ferreira, do Palmeiras, discutiu com Calleri no clássico deste domingo (Foto: Reprodução/Premiere)

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